Existe um certo número de pessoas que são mais susceptíveis a infecções virais, bacterianas ou fúngicas. Experimentam infecções repetidas e levam muito tempo para se recuperar destes episódios. Certamente, em muitos casos, cada infecção não cura completamente, mas funde-se com a seguinte. Considera-se que estas pessoas que sofrem de infecções crónicas ou recidivantes e exibem um grau de deficiência imunitária.
O mecanismo preciso para tal susceptibilidade a infecções permanece obscuro. Poderia haver uma série de diferentes explicações:
- Ineficiência em reconhecer os organismos invasores.
- Falha na produção de substâncias químicas responsáveis por atrair células para a área da infecção.
- Uma diminuição do número de glóbulos brancos ou uma incapacidade em alguma destas células para executar e responder apropriadamente.
Factores que Influenciam na Imunidade do Corpo
Existem muitas substâncias químicas diferentes que são necessárias para uma resposta imunitária. As reacções químicas que são responsáveis por produzi-las são dependentes das vitaminas, oligoelementos e minerais. Não causa surpresa que desequilíbrios e deficiências nutricionais podem afectar o funcionamento do sistema imunitário.
Dieta, Estilo de Vida e Nutrição
Factores tais como o stress, tabaco e descanso inadequado debilitarão a capacidade do corpo para responder e reagir a qualquer doença. De acordo com o nível de substâncias químicas, stresses físico e psicológico sobre o corpo enfraquecerá a activação imunitária. A produção de radicais livres pelo tabaco e uma dieta pobre danificará as células do sistema imunitário, reduzindo a sua capacidade de funcionar.
Doença de Longa Duração ou Crónica Alternada ou Infecção
Qualquer doença de longa duração ou crónica drenará a força física e emocional do corpo. Todos os sistemas orgânicos podem tornar-se ineficientes e isto é agravado pelos seguintes factores:
- Idade avançada
- Pouco apetite e anorexia
- Diabetes
- O (presumivelmente necessário) uso de alopatia.
Estado de Imunodeficiência Específica
Existem estados de imunodeficiência específicos. Por exemplo:
- Gravidez, embora não seja uma doença ou uma circunstância médica, dá origem a um estado de imunodeficiência temporária.
- Na chamada doença de Bruton, há uma falha das células–B precursoras a diferenciar-se em células–B activas maduras.
- Na Síndroma de Di George, existe uma ausência da glândula do Timo conduzindo a uma redução ou ausência das células-T na circulação.
É interessante considerar os efeitos das células-T no sistema imunitário. Por razões óbvias, metade dos antigénios que o futuro bebé carrega seriam semelhantes aos da mãe. A outra metade dos antigénios presentes seriam estranhos ao corpo da mãe. Por esta razão existe uma tendência do sistema imunitário da mãe estabelecer uma resposta imunitária ao bebé, como seria visto num transplante de órgão. Durante a gravidez, existe um mecanismo natural de supressão imunitária que impede que isso aconteça. Isto contudo, pode conduzir a uma supressão temporária da resposta imunitária normal na mãe.
Infecções Virais Crónicas
Pacientes que estão com deficiência imunitária, muito frequentemente apresentam uma grande incidência de infecções virais não específicas. Sintomas como cansaço, fadiga e pouca concentração podem ser também verificados .A recorrência de abscessos na pele ou abscessos na gengiva, podem também indicar um estado de deficiência imunitária. Existem também aqueles que estão com o sistema imunitário tão debilitado que uma infecção viral longa, torna-se crónica e fortificada.
Síndroma da Fadiga Pós Viral
Muitas pessoas falam da EM (Encéfalomielite Mialgica), Síndroma da Fadiga Pós Viral ou Síndroma Viral Crónica. Na verdade, todas estas circunstâncias representam a mesma doença e são apenas nomes diferentes a referir-se a elas. Prefiro o termo Síndroma da Fadiga Pós Viral (SFPV) para descrever o quadro clínico. Os sintomas são variados e às vezes absolutamente extenso. Estes estão listados na tabela.
Algumas Características Chave da Síndroma da Fadiga Pós Viral
- Cansaço / fadiga
- Dores musculares / fadiga muscular
- Dores no tórax
- Pouca concentração e memória
- Perda do apetite
- Sono insuficiente
- Insegurança / irritabilidade
- Depressão
- Recorrente / infecções virais constantes
- Sintomas sensoriais / Zumbidos
- Cãibras
- Arrepios
- Suores
É às vezes difícil fazer um diagnóstico de SFPV. Geralmente aceita-se que a doença deve ter seis meses de duração ou mais. Depressão clínica ou doença psiquiátrica anterior deve também ser considerado como agravante do quadro.
Frequentemente indagamos que causa actualmente a SFPV. Fundamentalmente, é uma baixa no sistema imunitário do corpo sendo enfraquecido, devido a um ou mais dos factores mencionados acima. Contudo em muitos casos, o stress é um significante factor de contribuição. Por stress não sugerimos sempre stresses negativos (Tais como morte na família, perda do emprego/carreira), mas também stresses positivos.
Por exemplo, se alguém estiver a viver no limite existe a a tendência em levar as reservas do corpo ao seu limite. Embora seja possível fazer isto por uns poucos meses ou mesmo por um ano ou dois, eventualmente o sistema imunitário do corpo perderá as suas reservas e começa a funcionar mal. Esta ideia foi referida anteriormente como sendo um estado de fadiga ou como uma exaustão nervosa. (Este deu também origem ao termo erróneo “Yuppie Flu” em descrição a esta circunstância). É reconhecido que uma carga de trabalho e responsabilidade excessiva podem causar stresses sobre o sistema imunitário do corpo e conduz a um enfraquecimento das suas funções.
10.2 Infecções Fúngicas Crónicas
Candida
Quando o sistema imunitário está enfraquecido, não predispõe o corpo somente a uma Infecção Viral Crónica, mas também a infecção pelo organismo fúngico, Candida albicans. Estas duas infecções coexistem muito frequentemente. Os sinais e sintomas da Candida são mais uma vez extensos, mas muitos destes são reflectidos por e sobretudo os sintomas da Síndroma da Fadiga Pós Viral. Contudo, os sintomas específicos apresentados em infecções com Candida tem de ser reconhecidos. Estes estão listados abaixo.
Algumas Características Chave de Infecção por Candida albicans
- Cansaço / letargia
- Distúrbios emocionais
- Indigestão / azia
- Movimentos irregulares do intestino / diarreia
- Abdómen inchado
- Água / retenção de líquidos
- Erupção cutânea
- Olhos irritados / arenosos
- Língua com pontos escuros
- Infecção vaginal recidivante
A questão de dieta em infecções por Candida é frequentemente levantada. É absolutamente verdadeiro que as dietas são importantes e mesmo essenciais no tratamento desta doença. Contudo, a relação de alimentos a evitar pode muitas vezes ser longa e muito desanimadora para aqueles que sofrem de Candida. E é principalmente por isso que a melhoria e resolucção dos sintomas podem às vezes ser lentos.
Se é difícil seguir a dieta, podemos muitas vezes obter a maioria dos benefícios por usar uma dieta condensada. A mais importante evitar é o açúcar. Isto porque o organismo fúngico utiliza a molécula de glicose como a sua fonte fundamental de energia. O mesmo pode ser dito da lactose.
No tratamento de Candida, suplementos anti-Candida como Capricina, Acidófilos, Melaleuca e Soro Concentrado (Molkosan) são muitas vezes usados com bons resultados. Contudo, deve ser relembrado que uma infecção crónica de Candida é basicamente um problema do sistema imunitário. Para erradicar completamente a infecção, devemos restabelecer a força do sistema imunitário.
Uma analogia que se usa frequentemente é a de uma casa em estado precário, invadida por intrusos. Será possível e mesmo necessário evitar os intrusos. Contudo, a menos que a casa esteja segura, com as janelas e as portas reparadas, os intrusos invariavelmente voltarão. Semelhantemente, precisamos fortalecer e restaurar o sistema imunitário para prevenir os organismos Candida de reincidirem sobre as várias partes do corpo.
É uma observação que o uso de contraceptivos orais causam uma predisposição para a inflamação vaginal em certas mulheres. O mecanismo exacto para isto é obscuro, mas pensa-se que existe uma mudança nas secreções na vagina, reduzindo a resistência a infecções oportunistas, e permitindo os organismos Candida a proliferar livremente.
Infecções Virais Recidivantes
Aftas
É uma infecção comum causada pelo vírus Herpes virus hominis. Dois tipos de vírus estão identificados, nomeados simplesmente por Tipo 1 e Tipo 2. O Tipo 1 é responsável pelas aftas recorrentes em torno da boca e as vezes na face. O tipo 2 é responsável pelas lesões em torno dos genitais.
A infecção herpes Tipo 1 é muito comum e a maioria dos adultos terá tido a infecção uma vez ou outra. Contudo, o vírus pode encontrar-se dormente em alguns indivíduos e aftas recorrentes são observadas. Isto se dá particularmente se o indivíduo tiver um sistema imunitário enfraquecido. É comum que as aftas apareçam como um efeito secundário a uma infecção viral que causa um resfriado (que explica a origem do termo ‘’bolhas de febre’’). Embora o sistema imunitário esteja combatendo a infecção causada pelo vírus da gripe, o corpo torna-se mais susceptível a uma recidiva de infecção por herpes e resulta uma afta.
Infecção Bacteriana Recorrente
Otite Média
Esta é vista muito frequentemente na infância. Não é incomum que as amígdalas e as glândulas linfáticas adenóides de crianças saudáveis sejam superficialmente dilatadas. Contudo, esta dilatação pode às vezes causar um bloqueio do tubo de Eustáquio, dando origem a problemas no ouvido médio. O tubo de Eustáquio liga o ouvido médio, que é, a parte do ouvido que está atrás do tímpano, atrás da garganta. A sua finalidade é drenar qualquer líquido que seja produzido naturalmente pelo ouvido médio.
Se há um bloqueio deste tubo pelas amígdalas, a drenagem é impedida e há formação de líquidos atrás do tímpano. Esta é a causa da dor de ouvido que é normalmente vista nos resfriados infantis. Pode resultar também na perda da audição. Felizmente esta situação é temporária e resolve-se rapidamente.
Contudo, se a infecção é crónica a acumulação de líquido atrás do tímpano aumenta e fica infectada. Isto é denominado otite média. A inserção de ‘’grummets’’ no tímpano por cirurgiões é uma tentativa de aliviar esta pressão e permitir drenar o líquido no ouvido. Infelizmente, isto não é sempre bem sucedido.