A alternativa verde, introduzida em diversos sectores de todo o mundo por razoes religiosas, éticas, de excesso de peso, ou simplesmente pelo cuidado com a saúde, é uma das mais expandidas e populares. Para uns, aqueles que a praticam “não estão bons da cabeça”, enquanto outros a aplaudem e pontificam. Por isso, é outra das mais discutidas e, com frequência, injustamente menosprezada.
Poder-se-á perguntar se pode viver sem carne, sem leite, ovos ou peixe, se a dieta vegetariana pode ser equilibrada e se constitui uma forma sadia de viver e, no nosso caso, de emagrecer. Os especialistas aprovam, desde que os alimentos sejam combinados correctamente e comidos em quantidades adequadas. Mas, o que é mais importante, com conhecimento acerca do que se faz.
Os vegetarianos seguem uma dieta formada basicamente por vegetais, que é complementada, conforme o tipo praticado, com alguns produtos de origem animal, como leite e lacticínios, mel, ovos, e até peixe. Mas, por outro lado, o vegetarianismo deve ser entendido como uma corrente filosófica baseada no respeito pelas diversas formas de vida, em especial a animal, e como uma forma de entender a saúde. Alguns chegam a declarar-se partidários de Buda ou Gandhi, pelo que o seu vegeterianismo tem raízes profundas. Como sistema dietético, pode ser correcto para as pessoas, sobretudo quando é complementado com lacticínios e ovos (ovolactovegetarianos). Mas algumas variantes, como o vegan ou o vegeterianismo levado à última expressão, podem revelar-se perigosas. As dietas vegetarianas, em geral contêm um fornecimento calórico reduzido de alimentos ricos em hidratos de carbono e fibra, mas são muito limitadas em proteínas, em especial de origem animal. Isto implica a limitação de alguns aminoácidos necessários e uma dose muito baixa de gorduras e, em contrapartida, elevada em hidratos de carbono de absorção lenta.
Existe uma série de normas que os que praticam estas dietas devem ter em conta: em primeiro lugar, a importância de cozinhar com azeite virgem, imprescindível para a dieta, como única fonte de energia e veiculo de vitaminas lipossolúveis, que garante o crescimento e desenvolvimento dos ossos. Por outro, é necessário realçar que na dieta vegetariana devem-se consumir proteínas – 60 ou 70g por dia – de origem vegetal, complementadas com algumas de origem animal, como lacticínios (uma vez por dia) e ovos (uma vez por semana). Assim, os vegetais que não contêm todas as proteínas com aminoácidos essenciais ver-se-ão complementados. Também se devem ingerir muitas frutas e verduras, incluindo os frutos secos e o mel, para manter diariamente os níveis mínimos de vitaminas, minerais e açúcares. Além disso, convém não esquecer que a carência grave de ferro pode ocorrer quando não se consome carne. Por isso, devem ingerir-se alimentos que o contenham, ainda na sua forma hemínica pouco assimilável, como o feijão, as lentilhas, o pão integral, o grão de bico, os espinafres e a soja, sempre acompanhados de uma boa dose de vitamina C para melhorar a sua absorção (sumos laranja, kiwi, etc.). Tendo sempre em mente que o café, o chá, ou o vinho contêm substâncias que dificultam a boa absorção deste mineral.
Em último lugar, a recomendação de apanhar sol regularmente, para garantir a vitamina D necessária. A levedura de cerveja, as pevides de girassol, as castanhas, as amêndoas, o pimentão, o alho, entre outros, fornecem vitaminas do complexo B. O acido fólico chega pela mão do feijão cozido, das avelãs, do amendoim torrado, etc., e a B12 dos cereais para o pequeno almoço, do queijo, do requeijão, do ovo cozido e do iogurte.
Devemos sempre lembrar-nos que uma dieta nunca invalida outra, e a variedade faz parte de um regime alimentar sadio. Portanto para quem não é vegetariano, pode optar por praticar este tipo de dieta intercalada, com qualquer outra dieta que faça. Só trará benefícios para a sua saúde.