O consumo regular e moderado de soja pode ajudar a diminuir o risco de morte e recorrência de cancro nas mulheres que já sofreram de cancro da mama, revela um estudo publicado no “Journal of the American Medical Association”.

Nos últimos tempos tem sido debatida a hipótese de a soja estar associada a um aumento do risco de desenvolvimento de cancro da mama ou a um pior prognóstico para as mulheres que já tinham sido diagnosticadas com esta doença. Este debate foi provocado pelo facto de a soja ser um fitoestrogénio, o que significa que se pode comportar como uma forma mais fraca de estrogénio no organismo, uma hormona que se sabe estar envolvida no aumento do tecido mamário e no crescimento e proliferação do cancro da mama.

No entanto, segundo o autor deste estudo, Xiao Ou Shu, esta preocupação é infundada pois o que se constatou foi que a soja se liga aos receptores do estrogénio, provocando uma redução da disponibilidade do mesmo.

Para o estudo, os investigadores da Vanderbilt University Medical Center, em Tennessee, EUA, contaram com a participação de 5 mil mulheres chinesas que tinham sido diagnosticados com cancro de mama entre 2002 e 2006. As mulheres tinham entre 20 e 75 anos e, na altura do diagnóstico, a maioria delas encontrava-se na faixa etária dos 40 aos 60 anos.

As participantes foram inquiridas sobre o diagnóstico e tratamento do cancro, estilo de vida (incluindo alimentação) e progressão da doença, seis, 18, 36 e 60 meses após o diagnóstico.

Os investigadores constataram que, quando comparadas com as mulheres que consumiam menos de 5,3 g de soja por dia, as que tinham um consumo elevado apresentavam um risco de morte 29% menor e um risco 32% menor de recorrência do cancro.

Em comunicado de imprensa, a autora do estudo revelou que “houve uma resposta linear, e verificámos que quanto maior o consumo menor a mortalidade, até 11 g de proteína de soja”, acrescentando que o efeito benéfico estabilizava a partir 11 g de soja por dia.

Xiao Ou Shu afirmou ainda que “o consumo de soja tem demonstrado reduzir o risco de cancro da mama e pode também trazer benefícios cardiovasculares.” Assim, na opinião da investigadora, a soja pode ser considerada um componente importante de uma dieta saudável e deverá ser consumida a partir de fontes naturais e não a partir de alimentos processados.

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