Quem cozinha ou decide a alimentação da família devia ter como lema principal esta frase tão querida dos nutricionistas:


“SOMOS O QUE COMEMOS”


E isto é importante para todos, jovens, velhos, crianças que devem ter em conta o que comem, a que horas, a quantidade de alimentos e a sua preparação.

Comer pode ser um prazer quando feito correctamente mas pode também ter um efeito dramático na nossa saúde e vida diária se esquecermos os elementos básicos de uma alimentação saudável e equilibrada.

Comemos para manter o metabolismo normal do nosso organismo, para nos mantermos activos, e fazer face ás necessidades da vida quotidiana. Mas os hábitos alimentares estão intimamente ligados ao nosso meio ambiente dependendo em grande parte da nossa cultura e tradições.

A influência do lugar onde nascemos tem muita importância na escolha dos alimentos. Todos sabemos por exemplo que os orientais têm uma vida mais longa graças ao tipo de dietas que seguem: a maioria da população alimenta-se à base de peixe, consome menos gorduras saturadas, fritos e açucares que os países mais industrializados em que as novas gerações estão cada vez mais habituadas ao «fast-food», batatas fritas, hambúrgueres, pizzas, etc. (num hambúrguer podemos encontrar mais de 30g de gordura saturada).

Cada um dos nossos músculos, cada um dos nossos órgãos, cada uma das nossas células é o reflexo da nossa alimentação. Se consumirmos alimentos sãos o nosso corpo será saudável e enérgico, se comermos alimentos poluídos e de má qualidade o corpo será frágil, vulnerável e doentio. A escolha é nossa!

Não é possível mantermo-nos em saúde e possuir uma silhueta esbelta se a nossa alimentação não é moderada e equilibrada. São poucas as pessoas que resistem nas mesas dos restaurantes ás travessas de batatas fritas, bem gordurosas e oleosas ou às taças de gelados recheados de açúcar e belos corantes.

A alimentação para ser equilibrada deve ser sã e o mais variada possível. E é esta variedade constante que deve ser a base da nossa alimentação quotidiana que nos permitirá comer de tudo para fazer face às necessidades do nosso organismo. Mas comer de tudo não quer dizer comer alimentos nocivos, alimentos industrializados, refinados, em excesso, nem em quantidades desmesuradas. A natureza brindou-nos com todos os nutrientes necessários e de forma variada, frutas, vegetais, legumes, leite, carne, leguminosas, etc.

Podem come-se todos os alimentos mas com moderação e uns com mais moderação do que outros. Por exemplo se abusarmos de um alimento que vai transformar-se em gordura, a gordura adicional que o nosso corpo não necessita, vai depositar-se em lugares errados e torna-se um perigo para a linha e para a nossa longevidade. Pode depositar-se nas nossas artérias, no coração ou criar depósitos no ventre levando-nos à obesidade e ás doenças do coração que são a causa principal de morte nos países industrializados.

O nosso organismos precisa de proteínas: um pouco de carne, soja, queijo ou leite fornecerão os aminoácidos essenciais e indispensáveis à vida bem como o cálcio para o esqueleto. Os ácidos gordos essenciais que o nosso corpo não pode sintetizar serão fornecidos pelos óleos vegetais (de pressão a frio) e um pouco de peixe. Mas o organismo tem essencialmente necessidade de bons legumes frescos, provenientes de culturas tradicionais, de frutos ricos em vitaminas e sais minerais e de fibras que favoreçam o trânsito intestinal, não esquecendo os cereais integrais tão ricos em fibra e enzimas.

Comer em demasia é um ataque à nossa saúde e um atentado ao equilíbrio alimentar. Quantas gorduras inestéticas e problemas de saúde não são devidos aos abusos alimentares e aos alimentos de má qualidade?

Esta tendência para abusar da alimentação é um dos grandes erros alimentares da nossa época e da civilização ocidental cujo desenvolvimento económico e planos de marketing forçam as populações a comprar cada vez mais, pois cada vez mais é preciso vender para equilibrar o orçamento dos grandes grupos económicos agro-alimentares.
- Actualmente consomem-se demasiados produtos animais especialmente carne.
- Abusa-se do sal que em excesso aumenta a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares.
- O consumo de gorduras e açúcar aumenta constantemente.
- Consomem-se demasiados alimentos industrializados, refinados (farinhas, arroz, açúcar) privando a nossa alimentação de factores biológicos essenciais.
- Há uma abundância e facilidade de oferta de alimentos que outrora eram apenas de festa ou alturas festivas (charcutaria, fritos, carnes) o que leva a excessos alimentares.
- Diminuição do consumo de legumes e frutos, o que provoca grande carência de fibras (há crianças que nunca provaram ou comeram certos legumes e frutos).
- Abusos de excitantes: café, álcool e gorduras.
- Abusos de alimentos cozinhados com diminuição de alimentos crus (legumes, fruta, cereais).
- Deficiente variedade de refeições (há famílias que vivem de batata, arroz, bifes e salsichas).
- Diminuição do valor vital dos alimentos pelos métodos de cozedura modernos que utilizam temperaturas demasiado elevadas e campos magnéticos (fritadeiras, placas vitro-cerâmicas, micro-ondas).
- Utilização abusiva de alimentos sujeitos à poluição ambiental, ao abuso de pesticidas, herbicidas, nitratos, etc.

Uma pirâmide alimentar equilibrada deve comportar:
1- Quantidade suficiente de água.
2- Duas porções a escolher entre carne, peixe e ou um ovo proteínas vegetais.
3 – Três produtos lácteos.
4 – Quatro porções a escolher entre feculentos, cereais e leguminosas.
5 – Cinco a seis porções de fruta ou legumes.